Agência e reflexividade nas transições educativas: um estudo longitudinal com um jovem estudante

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Fernanda Pimentel Faria de Miranda
Silviane Barbato

Resumo

Escopo. Analisar a produção de significados nas posições geradas nas transições do ensino médio para o universitário na pandemia. Metodologia. Utilizou-se um estudo de caso durante 25 meses, em quatro etapas multi-metodologia, por meio de entrevistas: narrativas abertas, com objetos e semiestruturadas submetidas à análise dialógico-temática. Resultados. As ações de fazer amigos, buscar e dar apoio, questionar-se e dedicar-se ao que se gosta foram realizadas no ir e vir nos espaços-tempos (cronotopos) da escola, da família e do ciberespaço. Ao longo da transição, o inter-jogo das relações mobilizou o deslocamento das posições de estudante iniciante, veterano e futuro profissional. Nesse processo, as interpretações de si mesmo foram modificadas na reflexividade, gerando mudanças da agência participativa para a transformação autoral de si e dos espaços compartilhados. Na pandemia, as ambivalências entre incertezas presentes nas descontinuidades com o passado produziram o posicionamento do eu universitário isolado, transformado a agência com tentativas intermitentes de autocuidado, mudanças de rotina e formação profissional. As transições educacionais atravessadas por essas crises tornaram-se liminaridades, que são rupturas espaço-temporais do cotidiano deslocadas para o ciberespaço. Conclusão. A imprevisibilidade em mudanças prolongadas pode comprometer a saúde mental, acentuando rupturas nas transições e decisões sobre o futuro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
Pimentel Faria de Miranda, F., & Barbato, S. (2022). Agência e reflexividade nas transições educativas: um estudo longitudinal com um jovem estudante. Pensamiento Psicológico, 20, 1–13. https://doi.org/10.11144/Javerianacali.PPSI20.pste
Secção
Monográfico Psicología Cultural en el contexto de Iberoamérica: Diálogos transdisciplinares

Referências

Awad, S. H., & Wagoner, W. (2015). Agency and creativity in the midst of social change. In C. W. Gruber, M. G. Clark, S. H. Klempe, & J. Valsiner (Eds.), Constraints of agency: Explorations of theory in everyday life (pp. 229-244). Switzerland: Springer.

Bakhtin, M. (2014). Questões de literatura e estética: A teoria do romance. São Paulo: Hucitec.

Bergson, H. (1999). Matéria e Memória. São Paulo: Martins Fontes.

Blommaert, J. (2019). Are chronotopes helpful? In S. Kroon, & J. Swanenberg (Eds.), Chronotopic identity work: Sociolinguistic analyses of cultural and linguistic phenomena in time and space (pp. 16-24). Bristol: Blue Ridge.

Chen, S., & Bonanno, G. A. (2020). Psychological adjustment during the global outbreak of COVID-19: A resilience perspective. Psychological Trauma: Theory, Research, Practice, and Policy, 12(1), 51–54. https://doi.org/10.1037/tra0000685

Cunha Junior, F. R., & Lemos, M. (2017). Do not close my school: Facebook, occupations and demonstrations for promoting social change. Humanities and Social Sciences, 5(6), 222-229. doi: 10.11648/j.hss.20170506.15. https://www.sciencepublishinggroup.com/journal/paperinfo?journalid=208&doi=10.11648/j.hss.20170506.15

De Castro, D. D. (2017). Los processos recursivos en la escritura colaborativa en el computador [Doctoral dissertation, Universidade de Brasília]. Recuperado de http://pgpds.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=19&Itemid=673

Forcione, T. L., & Barbato, S. (2017). Posicionamentos em formação profissional continuada: Um estudo multimétodo longitudinal. LinhasCríticas, 23(51), 351-368. https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/8228

Gillespie, A. (2012). Position exchange: The social development of agency. New ideas in psychology, 30(1), 32-46. https://doi.org/10.1016/j.newideapsych.2010.03.004

Green, J. L., Brock, C., Baker, W. D., & Harris, P. (2020). Positioning theory and discourse analysis: An explanatory theory and analytic lens. In N. S., Nassir, C. D. Lee, R. Pea, & M. M. Royston (Eds.), Handbook of the cultural foundations of learning (pp. 119-140). New York: Routledge.

Hallam, W. T., Olsson, C. A., O´Connor, M., Hawkins, M., Toumbourou, J. W., Bowers, R., & Sandon, A. (2013). Association between adolescent eudamonic behaviours and emotional competence in young adulthood. Journal of Happiness Studies, 15(5), 1-13. https://doi.org/10.1007/s10902-013-9469-0

Harré, R. (2012). Positioning theory: Moral dimensions of social-cultural psychology. In J. Valsiner, & P. E. Nathan (Eds.), The Oxford handbook of culture and psychology (pp. 191-206). New York: Oxford University Press.

Matusov, E., Duke, K., & Kayumova, S. (2016). Mapping concepts of agency in educational contexts. Integr. Psych Behav, 50, 420–446. doi: 10.1007/s12124-015-9336-0. https://link.springer.com/article/10.1007/s12124-015-9336-0

Mieto, G. S. M., Barbato, S., & Rosa, A. (2016). Teachers in transition: A study on production of meanings in initial practice in inclusive education. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32, 1-9. doi: 10.1590/0102-3772e32ne29. https://www.scielo.br/j/ptp/a/KFmCtkrRgsVbjYKB5Kq88Wj/?format=pdf&lang=en

Miranda, F. P. F., & Barbato, S. (2022). Sofrimento psíquico na transição do ensino médio: Mudanças longitudinais de posicionamentos. Revista Valore, 7, e-7024. doi: 10.22408/reva7020221053e-7024 https://revistavalore.emnuvens.com.br/valore/article/view/1053/990

McAdams, D. P. (2019). Psychopathology and the self: Human actors, agents, and authors. Journal of Personality. Special Issue, jun., 1–10. https://doi.org/10.1111/jopy.12496

Norton, L., & Sliep, Y. (2018). Critical reflexive model: Working with life stories in health promotion education. South African Journal of Higher Education, 32(3), 45‒63. https://doi.org/10.20853/32-3-2523

Pereira, A. S., Willhelm, A. R., Koller, S. H., & Almeida, R. M. M. (2018). Fatores de risco e proteção para tentativa de suicídio na adultez emergente. Ciência & Saúde Coletiva, 23(11), 3767-3777. https://doi.org/10.1590/1413-812320182311.29112016

Rainio, A. P., & Marjanovic-Shane, A. (2014). From ambivalence to agency: Becoming an author, an actor and a hero in a drama workshop. Learning, Culture and Social Interaction, 2, 111-125. https://doi.org/10.1016/j.lcsi.2013.04.001

Rosa, A. (2015). The reflective mind and reflexivity in psychology. In G. Marsico, R. A. Ruggieri, & S. Salvatore (Eds.), Reflexivity and psychology. The yearbook of idiographic science (pp. 17-44). Chalotte, NC: IAP.

Stenner, P. (2017). Liminality and experience: A transdisciplinary approach to the psychosocial. London: Palgrave Macmillan.

Volóchinov, V. N. (2014). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec.

Zittoun, T. (2015). Reflexivity, or learning from living. In G. Marsico, R. A. Ruggieri, & S. Salvatore (Eds.), Reflexivity and psychology. The yearbook of idiographic science (pp. 143-168). Chalotte, NC: IAP.

Zittoun, T. (2019). Theory as liminal experience. Culture & Psychology, 25(4), 605–615. https://doi.org/10.1177/1354067X19831212