Agência e reflexividade nas transições educativas: um estudo longitudinal com um jovem estudante
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Resumo
Escopo. Analisar a produção de significados nas posições geradas nas transições do ensino médio para o universitário na pandemia. Metodologia. Utilizou-se um estudo de caso durante 25 meses, em quatro etapas multi-metodologia, por meio de entrevistas: narrativas abertas, com objetos e semiestruturadas submetidas à análise dialógico-temática. Resultados. As ações de fazer amigos, buscar e dar apoio, questionar-se e dedicar-se ao que se gosta foram realizadas no ir e vir nos espaços-tempos (cronotopos) da escola, da família e do ciberespaço. Ao longo da transição, o inter-jogo das relações mobilizou o deslocamento das posições de estudante iniciante, veterano e futuro profissional. Nesse processo, as interpretações de si mesmo foram modificadas na reflexividade, gerando mudanças da agência participativa para a transformação autoral de si e dos espaços compartilhados. Na pandemia, as ambivalências entre incertezas presentes nas descontinuidades com o passado produziram o posicionamento do eu universitário isolado, transformado a agência com tentativas intermitentes de autocuidado, mudanças de rotina e formação profissional. As transições educacionais atravessadas por essas crises tornaram-se liminaridades, que são rupturas espaço-temporais do cotidiano deslocadas para o ciberespaço. Conclusão. A imprevisibilidade em mudanças prolongadas pode comprometer a saúde mental, acentuando rupturas nas transições e decisões sobre o futuro.
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